Buscando meios para ajustar as contas, a Caixa Econômica Federal limitou desde final de abril novos financiamentos da linha Pró-Cotista FGTS entre imóveis de 225 mil á 499 mil, isso devido à falta de recursos para essa faixa de preços.
O Pró-Cotista é dirigido para compra de imóveis novos ou usados com valor de até R$ 750 mil, essa modalidade de crédito imobiliário é operada apenas pelos bancos públicos. As taxas de juros anual variam entre 7,85% à 8,85% ao ano sendo a mais barata do mercado, com exceção dos financiamentos enquadrados no programa habitacional Minha Casa Minha Vida, que financia imóveis novos até o limite de R$ 225 mil.
A alternativa a restrição do Pró-Cotista nesta faixa de preços é o financiamento pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) que tem a taxa um pouco maior.
A situação atual se dá num momento de volumes cadentes de contribuição e de aumento dos saques de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), dado a progressiva alta do desemprego no país.
A informação, que circulava por associação de mutuários e funcionários do próprio banco estatal, foi confirmada pelo vice-presidente de crédito da Caixa, Nelson Souza. “Estamos deixando os recursos do Pró-Cotista para imóveis de até R$ 225 mil”, disse Souza em entrevista à agência de notícias Reuters, no dia 9/5/2016. “Para acima dessa faixa, estamos orientando que se busque outras linhas, que são um pouco mais caras.”
A escassez de recursos do Pró-Cotista voltou a se agravar pouco mais de dois meses após o Conselho Curador do FGTS ter anunciado aporte de R$ 8,2 bilhões para a linha na Caixa.
Segundo a ABECIP, associação que representa as financiadoras de imóveis, o volume concedido para compra de moradias pelo SBPE caiu 54,6% no primeiro trimestre ante igual período de 2015.
Com isso, a Caixa, maior concessora de crédito para habitação do país, tem sido obrigada a lastrear parte dos empréstimos para o setor em papéis de mercado, como as LCI (Letras de Crédito Imobiliário), que têm custo maior que o FGTS e a Poupança.
Fonte: Reuters